Antonio Cabral Filho
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Soneto
Morfêico
O soneto é uma boa camisa de força
Disponível aos espíritos lá d’antanho
Que
vestem-na urgente ou vão purgar na forca
Antes
mesmo das águas do primeiro banho.
-
Ora! Dirão-me, nosoutros pensar em métricas
Como
um desses sapos tanoeiros ilustres;
Isto
já custou-nos mais que contendas tétricas
E
fuzuês entre mui distintos abutres!
Certos
tipos adoram devorar os outros
Com
preferência estrita pela mesma espécie,
Aliás,
como ensinam costumes antropos,
Sem
preocupar-se com volumes nem messe
Na
gana de elevar a fama d’antropófagos
E
homerizar tantos instintos morfêicos.
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Sei que sou assim: Desde o princípio até ao fim, só restos de mim.