Antonio Cabral Filho
***
Soneto
Morfêico
O soneto é uma boa camisa de força
Disponível aos espíritos lá d’antanho
Que
vestem-na urgente ou vão purgar na forca
Antes
mesmo das águas do primeiro banho.
-
Ora! Dirão-me, nosoutros pensar em métricas
Como
um desses sapos tanoeiros ilustres;
Isto
já custou-nos mais que contendas tétricas
E
fuzuês entre mui distintos abutres!
Certos
tipos adoram devorar os outros
Com
preferência estrita pela mesma espécie,
Aliás,
como ensinam costumes antropos,
Sem
preocupar-se com volumes nem messe
Na
gana de elevar a fama d’antropófagos
E
homerizar tantos instintos morfêicos.
***

![[CABRAL.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCKR9N1IlkI3DzV6U6AtOiFG2ZTK4E5Ezkr81VevmhGpY7mn-i_D0Kmbc1RMZ_J-wMBnYWklqxbG0Y2Nbo1CZjYQL19wx2w9i-reaFKlTl0Jp-M7mKGski-WQnXQ5vl5Ocgo8fI2TRf8_q/s220/CABRAL.jpg)
